A Copa é, sem sombra de dúvidas, o assunto mais comentado do momento. Mas entre memes, derrotas celebradas – como a da Alemanha – e classificações de grandes times há um outro fato que chama a atenção: a bola oficial do evento. Nomeada como Telstar 18, ela remete à icônica bola projetada pela Adidas para o Mundial de 1970, porém agora conta com alguns upgrades mais tecnológicos.

Já o último modelo, conta com os tons de branco, preto e cinza. Além disso, suas linhas apresentam impressões e contornos assimétricos. A inspiração para essa proposta veio do Telstar I, de 1962, satélite da Nasa responsável por realizar a primeira transmissão de um programa de TV ao vivo entre os Estados Unidos e a Europa. Embora tivesse alguns problemas, como projeção de imagens de baixa qualidade, o equipamento serviu como pontapé para a criação de outros milhares de satélites que se encontram em órbita terrestre.

Esse contexto não é uma mera coincidência para a criação da Telstar 18. Ela foi pensada também como um meio de comunicação, uma vez que em seu interior foi colocado um chip NFC – “Near Field Communication” ou comunicação em área próxima. O dispositivo permite que haja uma interação exclusiva entre usuários e bola, de modo que possam acessar informações sobre a Copa do Mundo e participar de competições. Para isso, basta aproximar um smartphone do sinal de Wi-Fi impresso em sua superfície.

Assim, design da Telstar 18 é fechado com chave de ouro, graças à ilustração de pixels em sua superfície. O conceito aqui representa perfeitamente o seu início em um universo que se comunica por meio do mundo digital.

Telstar 18 também foi criada para corrigir imprevisibilidades

A bola oficial de 2018 também foi desenvolvida para melhorar seu desempenho durante os jogos e talvez colocar fim em algumas discussões. Isso pode ser resultado da Copa de 2010, na qual essa questão atingiu seu ápice com a Jabulani. O goleiro espanhol Iker Casillas, por exemplo, apontava que a bola apresentava certa imprevisibilidade de movimentos no ar. Júlio César, goleiro do Brasil na época, chegou a afirmar que parecia mais uma “bola de supermercado”.

Houve tanta polêmica no período que até a Nasa resolveu investigar o comportamento do objeto em campo. A Jabulani tinha contornos mais esféricos, 8 painéis costurados juntos – a de 2006 apresentava 14 – e sulcos aerodinâmicos. Assim, havia menos quantidade de emenda e nós. A elevada assimetria da bola gerava o efeito knuckle-ball, que ocorre quando ela é chutada sem rotação. No caso, as forças laterais são elevadas, causando alterações imprevisíveis durante seu percurso no ar.

Para a Brazuca, de 2014, a Adidas contou com a parceria da Nasa, justamente para corrigir esse tipo de problema. Ela contava com seis painéis em forma de hélices, e seu processo de produção dispensava o uso de linhas e costuras. A Telstar 18 não é tão diferente do modelo anterior, pois também tem essas mesmas características. Seus gomos, porém, têm formatos mais longos, enquanto a superfície ganhou uma sutil textura. Tudo isso foi planejado para garantir mais estabilidade em diferentes movimentos durante as partidas. Assim como a Brazuca, a versão mais recente também é feita de poliuretano, material resistente à água e variações de temperatura.

Entretanto, nas oitavas de final há outra bola oficial: a Telstar Mechta 18 – traduzida russo como “ambição” ou “sonho”. O que a distingue daquela dos jogos anteriores é que os tons de preto e cinza dos pixels foram mesclados a cores avermelhadas em homenagem à Rússia. Independentemente da versão, o que desejamos de verdade é que toda essa mudança possa resultar no tão sonhado hexa brasileiro.

 

Fonte: tecmundo